segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dia Mundial do Livro


A escritora Luísa Azevedo não veio à escola, como estava previsto, mas outras atividades fizemos para comemorar o Dia Mundial do Livro. No início da manhã, tivemos a presenção do pai da Ana que nos veio contar a história "O velho, o rapaz e o burro". É uma história criada em dísticos, muito antiga, da autora Sofia de Melo Breyner. O pai da Ana, o senhor Avelino, começou por nos mostrar o seu livro da quarta classe, de onde esta história foi retirada. Afinal os nossos livros são muito mais coloridos.
De seguida distribuímos as personagens e lemos a história. O senhor Avelino foi trabalhar e nós continuámos a ler e explorar a história.
Obrigado, senhor Avelino pela sua disponibilidade. Gostámos muito.
 Finalmente, coletivamente, transformamos o texto em prosa.


O velho, o rapaz e o burro

Num belo dia de primavera, um velho, um rapaz e um burro, iam a caminho do mercado da cidade mais próxima. Deslocavam-se em fila indiana, na berma da estrada.
Passados apenas quinhentos metros da partida, apareceu-lhes uma velha  mal humorada que disse:
- Que tontos! O burro não leva nada e vocês vão a cansar-se?
Ao ouvir aquele comentário, o velho resolveu montar-se no burro e prosseguiu viagem.
Meia dúzia de passos dados, surgiu-lhes uma vaidosa e nova moça que vinha a cantarolar em direção a eles. Repentinamente parou e exclamou:
- Que esquisito! O velho vai no burro e o filho pequeno e sem força vai a pé!
Como o velho já estava farto de críticas, desceu do burro dando lugar ao seu filho.
Após esta interrupção, a viagem continuou tranquilamente. Nisto ouviu-se a voz estridente de uma senhora que, lentamente se aproximava:
- O mundo está às avessas! O rapaz que é novo e que precisa de exercitar as suas magras pernas, vai no burro e o velho vai a pé!
Depois de muito pensar e já bastante aborrecido, o velho subiu também para o burro e seguiram estrada fora.
Passado algum tempo ouviram reclamar:
- Pobre burro! Vai tão pesado que já mal se aguenta!
Já mesmo zangado, o velho olhou fixamente o filho e disse-lhe:
- Aprende filho, não te importes com aquilo que as pessoas dizem ou pensam, a teu respeito. Faz o que achares mais correto.



1 comentário:

  1. Quando comecei a ler a vossa introdução e li o título da história que o senhor Avelino iria contar, pensei: "não conheço esta história"!

    Quando comecei a ler a história: sorri! Lembrei-me de, quando era mais ou menos da vossa idade, o meu pai me ter contado esta mesma história...

    Parece que os Pais têm essa capacidade: "são ótimos contadores de histórias".

    Obrigada a todos, incluindo o senhor Avelino, por este regresso à minha infância.

    Beijinhos saudosos.

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